Conversas difíceis: comunicar com clareza e coerência
Esta semana assinala-se o World Values Day e a pergunta é: como é que os nossos valores entram nas conversas?
Na semana passada falámos de abrandar e respirar antes de responder. Hoje avançamos um passo: quando respondemos, como mantemos a conversa clara e coerente, mesmo em temas sensíveis?
Muitas conversas ficam difíceis não pelo tema, mas porque tocam no que é importante para nós, nos nossos valores, por exemplo respeito, justiça, reconhecimento e verdade. Quando isso acontece, pode-se dar um sequestro emocional: a emoção acelera e a conversa perde o rumo.
O que está em jogo
Por trás de cada frase há critérios simples: o que é importante, o que é aceitável e o que queremos evitar.
Quando não estão claros, respondemos impulsivamente.
Três perguntas úteis antes de falar:
É verdadeiro? (estou a afirmar factos ou suposições?)
É necessário? (isto acrescenta algo à decisão/alinhamento?)
É gentil? (posso dizer o mesmo com respeito e firmeza?)
Este filtro reduz ruído, baixa a defensividade e recentra o essencial.
Quando a pressão sobe
Devemos ficar atentos a sinais de que saímos do trilho: pressa, interrupções, volume a subir.
Estando conscientes, há ajustes simples que ajudam:
Falar mais devagar do que o habitual;
Frases curtas;
Confirmar compreensão antes de argumentar: “O que estou a ouvir é… confere?”
Estes pequenos gestos reduzem mal-entendidos e criam espaço para o outro sem abdicar do ponto.
Empatia sem perder firmeza
Empatia não é ceder; é entender para decidir melhor.
Lembra-te de que a outra pessoa também tem objectivos e pressões.
Reconhecer algo positivo ou competente no interlocutor (dedicação, rigor, frontalidade) pode baixar defesas e abrir espaço para o que importa.
Antes de terminar: sair alinhados
Em duas ou três frases, combina:
o que ficou claro,
qual o próximo passo,
quando voltam a falar.
Sem rigidez, apenas para que a conversa continue útil.
Em resumo
Em conversas difíceis, respira, aplica o filtro verdadeiro–necessário–gentil e comunica com simplicidade.
Assim, a conversa deixa de ser um confronto e passa a ser trabalho conjunto.
Se ainda não leste o artigo anterior (Respira antes de responder) aí vais encontrar o primeiro passo: criar o espaço interior para escolher melhor as palavras.
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